O ofício de cuidar e incluir


Apoio de profissionais é imprescindível para desenvolvimento das crianças com deficiência. Psicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos podem ser solicitados

Isabel Costa / isabelcosta@opovo.com.br

O trabalho de profissionais especializados é determinante para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes com deficiência. Atuando em diversas áreas, eles abrem portas e ajudam os indivíduos a desenvolver potencialidades. Psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicopedagogos podem ser solicitados para acompanhamento e suporte.

Felipe Leite, doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento, explica que estes profissionais podem planejar programas de intervenção individualizados e voltados para demandas específicas da criança ou da família. “Estes programas devem trabalhar com modelos estruturados de ensino, focando ir do simples ao complexo em passos pequenos e graduais, sempre focando metodologias de ensino baseadas em reforçamento positivo, nunca usando estratégias aversivas”, explica.

Além disso, ele diz, os profissionais podem capacitar pais e outros familiares a interagir de modo mais construtivo com a criança: “O que tenho observado com minha experiência é que, quanto mais a família se engaja na atenção especializada dedicada ao filho, maiores são os avanços das intervenções realizadas”.

No Ceará, além das unidades de saúde pública que ofertam múltiplas especialidades, há profissionais aptos a trabalhar com alunos nos Núcleos de Apoio Pedagógico Especializado (Nape) e no Centro de Referência em Educação e Atendimento Especializado do Estado do Ceará (Creaece). As estruturas são mantidas pela Secretaria da Educação do Ceará (Seduc).

Para a neurologista infantil Carolina Figueiredo, os profissionais devem trabalhar no intuito de explorar o máximo possível das potencialidades da criança – estimulando o desenvolvimento sem pressionar e respeitando os limites de cada um. As crianças com deficiência, ela garante, não devem ser tratadas com excessivos cuidados e proteções, pois a precaução excessiva não é um bom aliado para nenhum indivíduo.

“Como médica, posso falar que a conversa sobre o diagnóstico deve ser o mais franca e aberta possível, porém delicada. Nosso trabalho não é apenas diagnosticar, mas orientar sobre o quadro e suas repercussões clínicas na criança, falar sobre nossa experiência com situações semelhantes, mostrar o apoio que aquela família precisa naquele momento. As deficiências não resumem a criança, fazem parte de um todo que ela é e, portanto, devem ser trabalhadas em conjunto para que se desenvolva um ser humano da melhor forma possível”, esclarece Carolina.

Patrocínio