Atendimento Educacional Especializado


O ensino em todas as possibilidades

Com métodos e atendimento individualizado, professores garantem a permanência de alunos com deficiência na escola. O acompanhamento ocorre no contraturno e é garantido por lei desde 2011

Rômulo Costa / romulocosta@opovo.com.br

Todos os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação têm o direito de ter acompanhamento específico na escola em que estudam. O atendimento deve ser realizado por profissionais capacitados para reconhecer dificuldades e encontrar estratégias de ensino que auxiliem o desenvolvimento do estudante. É o chamado Atendimento Educacional Especializado (AEE), que é garantido por lei desde 2011.

Algumas das atribuições dos professores desse serviço são acompanhar o desenvolvimento do aluno, orientar sobre recursos que auxiliem o aprendizado e fazer a mediação entre eles e os demais professores. Os atendimentos ocorrem no contraturno das aulas regulares, em ambientes que contêm os instrumentos especializados para o trabalho com o aluno nesse perfil. Esses locais recebem o nome de Sala de Recursos Multifuncionais (SRMs).

Por lei, esses espaços devem ser dotados de “equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado”. É lá onde os alunos têm atividades dirigidas dependendo da sua necessidade, individualmente ou em pequenos grupos. Com tais recursos os professores podem ensinar braille (sistema tátil de leitura e escrita), orientar sobre mobilidade e promover melhorias no currículo que facilitem o aprendizado, entre outros serviços.

Para a psicopedagoga e neuropsicóloga Rosane Maneira, o AEE é uma forma de particularizar o ensino. Esse processo, segundo ela, contribui para a inclusão do aluno, o que garante “maior receptividade ao aprendizado”. “O olhar individualizado é tão necessário para o desenvolvimento emocional saudável da criança, como para o encorajamento e superação de suas dificuldades. É com ele que se chega à autonomia”, defende.

A ponte entre os alunos atendidos e os professores do ensino regular, feita pelos educadores do AEE, também é destacada pela psicopedagoga. É a partir do contato com esses profissionais que os professores definem estratégias e reorientam rumos em sala de aula.

Prática

A professora de português Íris Fernandes trabalha na Escola Estadual Paulo Benevides, em Messejana, e diz que esse apoio do AEE não beneficia apenas os alunos. Ela diz que viu as aulas melhorarem após a orientação dos colegas sobre as formas de proceder com os estudantes com esse perfil. “Eles sugerem exercícios e metodologias. Já aconteceu de eu receber dicas para trabalhar determinado livro, por exemplo”, comenta.

A situação é bem diferente da vivenciada, em outros tempos, quando ela se via com o desafio de trazer conhecimento aos alunos sem esse acompanhamento. Por vezes, surgia a insegurança da melhor maneira como proceder. Isso mudou. “A chegada desse núcleo ajudou muito a gente, até para identificar o que o aluno precisa. A gente tem uma boa convivência com eles. O diálogo acontece”, divide.

Essa conversa permitiu aproximação com os alunos. Isso teve reflexo até no desenvolvimento deles em sala de aula. A coordenadora pedagógica Sandra Helena Almeida concorda com a professora. Segundo ela, a diferença maior do atendimento está na formação: “O conhecimento técnico faz toda a diferença”.

 

Patrocínio