Feats de artistas cearenses que você precisa conhecer
O termo "feat", abreviação do inglês "featuring", tem se popularizado como padrão entre as plataformas de streaming para indicar quando há colaboração entre artistas numa faixa
O que não falta na cena cearense recente são parcerias que expandem fronteiras tanto de estilos quanto geográficas. Do litoral ao sertão, do rap ao forró, do metal ao pop romântico, reunimos algumas colaborações lançadas nos últimos anos que mostram como a música feita no Ceará segue viva, diversa e em constante reinvenção.
Califórnia Neva
A introspectiva e intensa “Califórnia Neva” foi composta há mais de dez anos pelo cantor e compositor Caiô, que hoje está à frente da banda Outragalera. Desde então, a música se destacou em diversas apresentações tanto dele quanto de outros intérpretes, como a cantora Luiza Nobel.
Mais recentemente, o cantor e compositor Zéis, natural de Caucaia e que já foi guitarrista na banda de Luiza, incluiu “Califórnia Neva” em seu recém-lançado álbum ao vivo, intitulado “Encruzilhada”, dividindo os vocais com Caiô nesta que é a primeira gravação oficial da canção. O registro, em áudio e vídeo, vem de um show de Zéis gravado no Hub Cultural Porto Dragão, em Fortaleza, reunindo 21 faixas tocadas por uma banda com 10 integrantes.
Mariana
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A também recém-lançada “Mariana” chegou às plataformas de música no dia 7 de novembro, mas desde que Juruviara começou a incluí-la nos seus shows de forró há alguns anos, tornou-se uma das mais populares entre o público e praticamente obrigatória em seus shows. Chegou a ser gravada em 2022 por outro feat cearense, formado por Marcelo Di Holanda e Mateus Farias, e agora ganha um novo registro nas vozes de Juruviara, compositor da música, e Theresa Raquel.
O xote, intimista e romântico, traz violão, baixo, flauta, pad e percussão mixados pelo renomado Luís Paulo Serafim, engenheiro de áudio vencedor de quatro Grammys. Já a produção e direção musical é assinada pelo também cearense Cainã Cavalcante. Foi Cainã que sugeriu a gravação do feat, além de tocar violão e baixo na faixa.
Forró do Fico
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Ao falar de música cearense, não pode faltar forró. Em “Forró do Fico”, Itapipoca e Mombaça dançam “testa com testa” ao som das vozes de Orlângelo e Luana Florentino, que ainda acrescentam ao estilo elementos da salsa e da cumbia. Destaque também para o som exótico e característico do “marimbau”, instrumento tocado por Orlângelo que se assemelha a um berimbau, com uma única corda esticada horizontalmente sobre um captador de guitarra.
Composta por ele em parceria com Flávio Paiva, a música foi gravada originalmente em 2017 pela cantora cearense Ilya e pelo cantor e compositor paraibano Chico César no livro-CD “Bulbrax – sociomorfologia cultural de Fortaleza”, de Flávio Paiva, e ganhou esta nova versão em 2022.
Vai dá bom
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Conexão Pacajus/Sabiaguaba, “Vai Dá Bom” foi lançada como single em 2021 e também está presente em “Preto”, álbum do rapper e produtor musical Emiciomar lançado em 2023. A composição é uma parceria entre ele e a cantora Mumutante, com quem também divide os vocais.
Foi na casa dela, na Sabi, que tanto os vocais quanto o visualizer da faixa foram gravados. “O que foi pedo vai dá bom” é o mantra que leva a mensagem de esperança da música numa mescla de elementos de rap e dancehall em cadência ao mesmo tempo lenta e dançante.
Quebra
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“Quebra” é uma colaboração entre as bandas Pira Coletiva, de Fortaleza, O Cheiro do Queijo, de Maracanaú, e Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, que também assina a produção. A faixa encerra “Futuro Retrovisor”, EP recém-lançado da Pira Coletiva cuja narrativa percorre o despertar, os desafios do dia, os labirintos da noite e o nascer de um novo tempo, onde o velho se quebra para abrir espaço para o que virá. A sonoridade é pesada e visceral, evidenciando bem a assinatura marcante de cada artista envolvido entre elementos de metal, rap e swingueira.
Milagre
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Composta e interpretada pelas cantoras Camaleoa e Luiza Nobel, “Milagre” foi lançada no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica de 2024 e aborda a entrega a um novo relacionamento romântico que se revela mais sólido e maduro do que os relacionamentos anteriores.
No arranjo, elementos de pop e R&B se somam às vozes das cantoras, que vêm se destacando na cena de Fortaleza. A faixa também está presente no DVD “Essência de Vênus”, que traz o registro ao vivo com o show completo de Camaleoa com participação de Luiza Nobel.
Corisco: Recriatura
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Formada em Tianguá, na Serra da Ibiapaba, a banda Os Bardos uniu sua proposta de antropofagia cultural às contribuições de outros três artistas para criar a faixa “Corisco: Recriatura”. Também de Tianguá, vieram os beats do DJ Enejaru e os versos anti-imperialistas de Rapper MH. Do bairro Pirambu, em Fortaleza, é o afrossurrealismo cearense do Afrokaoooos, com seus instrumentos feitos de reciclagem, que completa a atmosfera da música.
A faixa, presente no álbum “Recriatura: Humanum”, lançado pela banda em 2024, é releitura de outra música dos próprios Bardos: “Ao Capitão Corisco”, que foi lançada em 2018 e traz referências da música nordestina e do rock progressivo, além de participação do mestre rabequeiro Quincas da Rabeca.
Sobre o projeto
O “Cultura em Movimento: Ceará que cria, celebra e contagia” é um projeto do Grupo de Comunicação O POVO com apoio do Governo do Ceará. A proposta é fortalecer o ecossistema cultural e estimular sentimento de pertença do povo cearense. Nesta edição, o projeto passeará, de forma multifacetada, por produções culturais em quatro linguagens artísticas, a saber: audiovisual, arte popular, artes plásticas e música.