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SAÚDE

Mulheres com câncer de mama devem estar atentas a riscos cardiovasculares

O mês de outubro sempre marca o período em que as campanhas de combate ao câncer de mama são intensificadas. A prevenção é importante para a cura, mas os cuidados com a saúde devem continuar, pois a maior causa de mortalidade entre as mulheres são as doenças cardiovasculares – tanto Acidente Vascular Cerebral (AVC) como Doença Arterial Coronária (DAC).

A endocrinologista e diretora médica do Lab Pasteur, Helane Gurgel, explica que o Outubro Rosa está ligado também à prevenção das doenças cardiovasculares porque os fatores de risco aumentam no caso das pacientes com câncer de mama. “Essas mulheres fazem quimioterapia, mastectomia, são curadas, mas acabam morrendo de doença cardiovascular. Com o diagnóstico precoce do câncer de mama, as chances de cura são altíssimas, mas é preciso contornar outros fatores”, frisa.

O que muda
Até cerca de 50 anos, as mulheres contam com a proteção natural do hormônio estrogéno, mas essa produção pode ser interrompida antes quando há menopausa cirúrgica (retirada de ovário) ou utilização de remédios específicos. “Em virtude do tratamento de câncer de mama, pode ser necessária a retirada dos ovários ou hormônio que induz a menopausa não natural. Óbvio que é melhor ficar curada do câncer, mas [a mulher] precisa ter consciência de que está desfavorecida em relação ao risco cardiovascular. Por vezes, nesse contexto, a mulher fica sedentária, ganha peso, muda o humor”, aponta Helane.

Em decorrência de doenças cardiovasculares, 167.338 mulheres morreram em 2015, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde. De acordo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcus Bolívar Malachias, entre todas as Doenças Cardiovasculares (DCV), principalmente infarto, AVC e hipertensão, a proporção é quase a mesma entre homens e mulheres. As mulheres podem acabar esquecendo que as DCV representam a principal causa de morte entre elas. Cinquenta anos atrás, de cada dez mortes por infarto, nove eram registradas em homens e somente uma em mulheres. Agora, a proporção é de seis homens para quatro mulheres, conforme Bolívar.

Hipertensão arterial, dislipidemia, colesterol alto, diabetes, tabagismo, sedentarismo e histórico familiar são os principais fatores de risco de DCV. “Histórico familiar é o único que a mulher não pode fazer nada. Para os outros, ela pode ter hábitos saudáveis, ingerindo mais fibras e frutas, e fazendo atividades física regular – 30 minutos por dia, ou 150 minutos por semana. Parar de fumar e aderir aos medicamentos que o médico prescrever. O paciente oncológico tem medo [do remédio] fazer mal, mas cura o câncer e morre do coração se não tomar cuidado”, completa a médica Helane Gurgel.

 

 

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