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Grupos de apoio ajudam na superação do câncer de mama

Rita Nascimento recebeu apoio da Associação Cearense das Mastectomizadas – Toque de Vida e, depois, se tornou voluntária (FOTO: Mariana Parente/ Especial para O POVO)

O tratamento oncológico é longo e pode envolver quimioterapia, mastectomia e radioterapia. Procedimentos médicos que provocam desgastes físicos e emocionais. E é quando as formas do corpo mudam e os cabelos caem que mulheres com câncer de mama se sentem desmotivadas para enfrentar a doença. O suporte emocional é crucial para as pacientes e, muitas vezes, a luta é compartilhada entre elas por meio de redes de apoio.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia do Ceará, Francisco Pimentel, grupos de ajuda têm papel significativo durante o tratamento. “Os grupos de apoio, assim como a família, ajudam muito. É uma série de etapas que precisam de incentivo”, explica. “Primeiro a má notícia da doença, segundo, é ela saber que pode passar por uma cirurgia mutilante e muitas vezes não conseguir fazer a reconstrução mamária pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, lista.

Grupos de apoio

“Eu me olhava no espelho e via uma mulher careca, sem um seio e dizia: que coisa feia”, relata a zeladora Rita Nascimento, 49. Desde o diagnóstico, há cerca de dois anos, Rita procurou apoio na Associação Cearense das Mastectomizadas — Toque de Vida, e passou a ser uma das 20 voluntárias. “Eu conheci as meninas e tive muita força. Não existe mais pensamento negativo, procuro sair, conversar e me divertir. Agora, é isso que eu preciso passar para as outas mulheres”, explica.

Há 18 anos, a instituição faz empréstimo de perucas, reuniões mensais, doações de lenços, sutiãs especializados e outras atividades voltadas para mulheres com câncer. São mais de 1500 beneficiadas pelo projeto.

A professora universitária Rilvia Santiago, 37, foi surpreendida pela doença aos 34 anos. “Eu descobri fazendo exame de rotina normal. Eu não tinha idade ainda para fazer mamografia, então, eu ia anualmente para a ginecologista”, conta. A descoberta trouxe indagações com perspectivas diferentes e, por isso, criou o grupo de apoio Pérolas Rosas.

“Tentei entrar em outros grupos, mas não me identifiquei. Queria um grupo que abordasse temas de interesse para mulheres com câncer de mama que tivessem menos de 35 anos. Eu já tinha criado uma página no Facebook para alertar mulheres jovens que se cuidassem porque, para mim, foi um susto”, relata. São realizados encontros mensais com rodas de conversas, além de palestras, terapias em grupo e campanhas para instituições carentes.

Troca de experiências

“A troca de experiência com outras meninas durante o tratamento me ajudou demais. Eu não me sentia só. Conseguia conversar com pessoas que entendiam realmente o que eu estava passando. Hoje, eu tento passar minha experiência para quem está no começo do tratamento que, sem dúvida, é a fase mais difícil”, explica Rilvia. São mais de 137 mulheres alcançadas pelo grupo, que conta com oito voluntárias. “Eu ressignifiquei a minha vida depois desse processo, gostaria que as pessoas pudessem fazer isso com suas vidas sem precisar passar por uma doença grave ou algum acidente. Não tenham medo de descobrir uma doença. Quem procura acha, quem acha cura”.

Saiba mais

Desmistificar

De acordo com o especialista, é preciso desmistificar a doença. “Nem todas as mulheres precisam fazer a mastectomia e, quando é necessário, a mulher pode fazer a reconstrução imediata, é garantido por lei. Além disso, o câncer tem cura, só é preciso o diagnostico precoce”.

Lei 12.802

A lei que determina a reconstrução mamária imediata nos casos de mutilação decorrentes do câncer foi publicada no Diário Oficial em 2013

Serviço

Toque de Vida
Onde: rua Chastinet Guimarães, 420, Bairro Ellery
Outras informações:
(85) 3223 8038

Pérolas Rosas
Onde: rua Carlos Vasconcelos, 919, Aldeota
Outras informações:
(85) 3055 5029

Grupo AMAR
Onde: rua José Euclides, 228, Bairro de Fátima
Outras informações:
(85) 3244 0422

BRUNA DAMASCENO

Contatos

E-mail
opovo@opovo.com

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